Projeto

O desafio de conservar uma espécie que utiliza um território tão extenso é enorme!

Pesquisas sobre a andorinha-azul indicam que há pelo menos duas populações com movimentação ligeiramente diferente: uma que chega anualmente ao Sudeste do Brasil, e uma que migra sempre para a Amazônia e lá permanece por todo o verão. Por causa disso, surgiu a parceria entre as quatro instituições que lideram este projeto: o INPA e o Instituto Butantan, no Brasil, a Purple Martin Conservation Association, nos Estados Unidos, e a Universidade de Manitoba, no Canadá.

Apesar de não estar em nenhuma categoria de ameaça de extinção da IUCN, algumas alterações vem sendo observadas no padrão migratório da andorinha-azul, o que desperta alguma preocupação. Na América do Norte, estas andorinhas são bem conhecidas, pois há dezenas de milhares de anos a sua reprodução depende da distribuição de ninhos artificiais projetados especificamente para este fim. Aqui no hemisfério sul, por outro lado, pouco se sabe sobre os hábitos, o percurso e as ameaças que estas aves enfrentam durante o verão.

Para esclarecer algumas destas dúvidas, utilizamos diversos recursos desenvolvidos para estudos de aves em vida livre, tais como a instalação de um sistema de rastreamento urbano-florestal na Amazônia e no Sudeste do Brasil, a criação de uma rede de comunicação de avistamentos por observadores de aves, a captura de andorinhas para marcação e a coleta de penas e material biológico para estudo em laboratório.

Assim, podemos direcionar melhor os recursos e promover ações mais eficazes de conservação, somando esforços para reunir e distribuir conhecimento e ciência. Participe do projeto!

Objetivos

Algumas questões importantes que estamos investigando:

 

  1. Com a instalação de duas antenas ligadas à rede Motus – um sistema colaborativo internacional de rastreamento e pesquisa de animais silvestres - esperamos obter mais informações sobre os padrões de movimentação das andorinhas-azuis em todos os pontos da sua migração transcontinental.

  2. Qual será a taxa de sobrevivência semanal e mensal das andorinhas-azuis durante sua estadia no Brasil? Respondendo a esta pergunta, pode-se compreender se a migração para o Sul é um obstáculo à sobrevivência dessas aves.

  3. Qual é o tamanho e a composição dos grupos de andorinhas-azuis observados no Brasil? É necessário de aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica destes bandos de aves, o tempo diário de aglomeração e como escolhem os locais onde vão se agrupar. Com isso será possível obter conhecimento para  a tomada de decisões sobre locais críticos para a conservação da espécie.

  4. Como resolver conflitos entre as andorinhas-azuis e os seres humanos nas cidades? É comum que as pessoas que moram em locais de aglomeração de andorinhas-azuis se incomodem com a sua presença, por causa do barulho e da grande quantidade de fezes produzida por estes bandos enormes de aves. É necessário então conhecer mais sobre a biologia destas aves e assim pensar em soluções que reduzam o impacto negativo das andorinhas-azuis sobre as atividades humanas, sem contudo prejudicar o descanso destas aves após sua longa migração.